quarta-feira, 20 de maio de 2009

Vamos lá então...

Percebendo que o caminho que deixei prá trás, é bem maior do que o que ainda tenho pela frente, consciente de que tenho muito mais passado que futuro, sinto que tenho coisas a fazer.
Tempo de sonhar...criar raízes...deixar marcas...
Vivi todos os tempos...
Sonhei, criei raízes, deixei marcas... Mas preciso ainda registrar muitas coisas, coisas que desejo, não sejam esquecidas, como meus livros... meus retratos...Preciso assinalar meus livros e arrumar meus álbuns . Quero continuar na história que meus filhos vão contar aos filhos deles.
Entender de onde viemos, conhecer quem existiu antes de nós, é importante para seguirmos adiante com firmeza.
Nossos filhos são as marcas que deixamos...


" Há coisas que só podemos entender depois de certa idade, nunca antes. Repentinamente compreendemos que o jardim e a casa já não são um jardim nem uma casa, em que você mora por comodidade ou por acaso, ou por sua beleza: são o nosso jardim e a nossa casa..."
O INÍCIO...
É difícil começar a escrever, quando várias coisas nos vêm a mente: minha infância, juventude, pessoas que marcaram minha vida.
Olho na cozinha e vejo a velha caixa de lenha. Volto no tempo e me vejo, nela passando roupinha de boneca enquanto minha madrinha lidava com as coisas da comida.
E a mesa azul? Quantas vezes roubei abacaxi para comer embaixo dela.
E o medo do poço...Não era bem claro prá mim que tragédia nele havia acontecido.Anos mais tarde entendi. Meu irmão havia caído dentro e meu pai se jogado para tirá-lo.
Dormir no colo da minha mãe que se embalava, cantando todas aquelas músicas que até hoje gosto de cantar.
Escutar o Reporter Esso na casa dos meus avós, no escuro e em completo silêncio. Lá, minha cama, um berço, caminhava: pela manhã, ia para a cozinha e a noite, para o quarto deles. Parece que ainda ouço a tosse seca do meu vô Chiquinho. Uma vez, brincando como sempre fazia de pentear seus cabelos brancos e compridos, tranquei o pente, dando muito trabalho a minha vó para tirá-lo, sem ter que cortar-lhe as brancas melenas.
Minha madrinha, tão forte e tão submissa, sempre acreditando nas pessoas. Quantas vezes menti prá ela. Presença indispensável na minha vida, desde o meu nascimento até o dia em que dormindo, partiu deixando um grande vazio na minha alma e a terrível sensação de não ter-lhe dado todo o amor que ela merecia. Maria Morena, Mimosa, foi filha, irmã, mãe, avó para todos nós. Nada teria sido possível sem ela. Sem ter conseguido viver um grande amor, foi quem mais amou .

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Dia das Mães

Já faz algum tempo que ela me pede, mas nunca é prioridade. Que estranho não é...
A gente sempre é prá ela, mas ela nunca é prá gente.

Vai ver porque nessa relação a gente ocupa o lugar de filho e não o de MÃE. Mãe assim mesmo, com maiúsculas, negrito e tudo que se tem direito.

Pois foi nesse Dia das Mães que resolvi dar a ela a tal prioridade. Acho que essas datas, mais do que - como diz o Pablito - inventadas pelos CDLs da vida para movimentar o comércio, tem me feito pensar nos últimos tempos em ver a importância que esses personagens tem em nossas vidas.
Ontem foi assim. Fiquei pensando no papel de minha mãe na minha vida, no mundo.E descobri tanta coisa. Muita coisa boa.

Como pode alguém ser tão despreendida de sua própria vida para dedicar-se a outras quatro muito mais do que a si mesma... Pode. Ela é mãe. Mãe no sentido mais bíblico da palavra, mãe tipo Maria mesmo. Que acompanha o sofrimento, que vibra com a alegria, que se preocupa, que perde o sono, que fica nervosa, que acha que a gente é sempre o melhor, acha não, tem absoluta certeza, enfim, mãe que não vive um dia sequer sem ter-nos como prioridade. Confesso que em alguns momentos isso até incomoda ( ontem vi o fime A Sogra, pobres noras, hahaha).

A gente quer crescer, mas ela não quer deixar. Quer a gente ali, debaixo da asa, não por posse, mas por proteção. Ali nada nos acontece, nada nos ameaça porque a leoa está a postos com as garras afiadas para defender-nos de qualquer predador.
E eles tem sido muitos nos últimos tempos, né mãe...

Sai um debaixo da asa, já tá o outro querendo ocupar aquele lugar onde a gente se sente seguro mesmo, protegido mesmo, reconfortado. Porque isso só acontece no colo da mãe. Da mãe da gente não se tem vergonha, pudor.. a gente chora, a gente ri, e nem se preocupa com o julgamento, porque ele nunca vai ser por ela, sempre por nós, assim como a sua vida.

Pois é. Mãe.
Ontem te homenageei no programa do Gaúcho da Fronteira, mas como tu tava com as asas ocupadas por dois em Alegrete e não pegava a Record, não pudeste me ver. Freneticamente sei que irás procurar tal gravação nos mais impossíveis lugares para guardar naquela caixa de "Vídeos Shana", colocada na estante ao lado da pasta "Matérias de jornais Shana", materiais feitos em madrugadas sempre sem sono.

Esses dois são os filhinhos macacos, Diego e Pablo. Que amor!

Mas cantei aquela música do Borges e do Vinicius que acho linda e que diz:

Mãe, tem um sorriso que é de pluma e flor, ventre de cacimba, prás chuvas do amor.
Mãe, de braço dado, mãe de braço erguido, força pro cansado, beijo pro ferido.
Mãe, ela é quem canta enquanto o filho dorme, é quem defende se o filho fez arte
Fica rezando prá que ele retorne e chora escondida quando um filho parte.

Mâe é quem pressente outro coração, que lhe bate ao ventre, inquieto bordão
Mel na flor do peito, oferenda e pão, anjo guardião

Mãe, um beija-flor, com força de leoa, um vendaval se magoada ou ferida
Sacerdotisa que ama e perdoa e é mais feliz quando nos dá a vida.
(faltou uma parte da letra, que não me lembro... hehehe)


Então é isso minha leoa.
Hoje foste minha prioridade.
Fiz o teu blog que há tanto me pedias e acho que até a falta de pilas foi boa para ver como existem presentes melhores que aqueles que a gente compra em loja. Agora te vira, que tenho mais o que fazer e não posso ficar todos os dias atualizando pra ti. Tu não é a internética... Vai aprender a mexer.
Te @mo
Feliz dia das Mães!
Shana