Vamos lá então...
Percebendo que o caminho que deixei prá trás, é bem maior do que o que ainda tenho pela frente, consciente de que tenho muito mais passado que futuro, sinto que tenho coisas a fazer.
Tempo de sonhar...criar raízes...deixar marcas...
Vivi todos os tempos...
Sonhei, criei raízes, deixei marcas... Mas preciso ainda registrar muitas coisas, coisas que desejo, não sejam esquecidas, como meus livros... meus retratos...Preciso assinalar meus livros e arrumar meus álbuns . Quero continuar na história que meus filhos vão contar aos filhos deles.
Entender de onde viemos, conhecer quem existiu antes de nós, é importante para seguirmos adiante com firmeza.
Nossos filhos são as marcas que deixamos...
" Há coisas que só podemos entender depois de certa idade, nunca antes. Repentinamente compreendemos que o jardim e a casa já não são um jardim nem uma casa, em que você mora por comodidade ou por acaso, ou por sua beleza: são o nosso jardim e a nossa casa..."
O INÍCIO...
É difícil começar a escrever, quando várias coisas nos vêm a mente: minha infância, juventude, pessoas que marcaram minha vida.
Olho na cozinha e vejo a velha caixa de lenha. Volto no tempo e me vejo, nela passando roupinha de boneca enquanto minha madrinha lidava com as coisas da comida.
E a mesa azul? Quantas vezes roubei abacaxi para comer embaixo dela.
E o medo do poço...Não era bem claro prá mim que tragédia nele havia acontecido.Anos mais tarde entendi. Meu irmão havia caído dentro e meu pai se jogado para tirá-lo.
Dormir no colo da minha mãe que se embalava, cantando todas aquelas músicas que até hoje gosto de cantar.
Escutar o Reporter Esso na casa dos meus avós, no escuro e em completo silêncio. Lá, minha cama, um berço, caminhava: pela manhã, ia para a cozinha e a noite, para o quarto deles. Parece que ainda ouço a tosse seca do meu vô Chiquinho. Uma vez, brincando como sempre fazia de pentear seus cabelos brancos e compridos, tranquei o pente, dando muito trabalho a minha vó para tirá-lo, sem ter que cortar-lhe as brancas melenas.
Minha madrinha, tão forte e tão submissa, sempre acreditando nas pessoas. Quantas vezes menti prá ela. Presença indispensável na minha vida, desde o meu nascimento até o dia em que dormindo, partiu deixando um grande vazio na minha alma e a terrível sensação de não ter-lhe dado todo o amor que ela merecia. Maria Morena, Mimosa, foi filha, irmã, mãe, avó para todos nós. Nada teria sido possível sem ela. Sem ter conseguido viver um grande amor, foi quem mais amou .
Olho na cozinha e vejo a velha caixa de lenha. Volto no tempo e me vejo, nela passando roupinha de boneca enquanto minha madrinha lidava com as coisas da comida.
E a mesa azul? Quantas vezes roubei abacaxi para comer embaixo dela.
E o medo do poço...Não era bem claro prá mim que tragédia nele havia acontecido.Anos mais tarde entendi. Meu irmão havia caído dentro e meu pai se jogado para tirá-lo.
Dormir no colo da minha mãe que se embalava, cantando todas aquelas músicas que até hoje gosto de cantar.
Escutar o Reporter Esso na casa dos meus avós, no escuro e em completo silêncio. Lá, minha cama, um berço, caminhava: pela manhã, ia para a cozinha e a noite, para o quarto deles. Parece que ainda ouço a tosse seca do meu vô Chiquinho. Uma vez, brincando como sempre fazia de pentear seus cabelos brancos e compridos, tranquei o pente, dando muito trabalho a minha vó para tirá-lo, sem ter que cortar-lhe as brancas melenas.
Minha madrinha, tão forte e tão submissa, sempre acreditando nas pessoas. Quantas vezes menti prá ela. Presença indispensável na minha vida, desde o meu nascimento até o dia em que dormindo, partiu deixando um grande vazio na minha alma e a terrível sensação de não ter-lhe dado todo o amor que ela merecia. Maria Morena, Mimosa, foi filha, irmã, mãe, avó para todos nós. Nada teria sido possível sem ela. Sem ter conseguido viver um grande amor, foi quem mais amou .
Defensa de la alegria
ResponderExcluirMario Benedetti
Defender la alegría como una trinchera
defenderla del escándalo y la rutina
de la miseria y los miserables
de las ausencias transitorias
y las definitivas
defender la alegría como un principio
defenderla del pasmo y las pesadillas
de los neutrales y de los neutrones
de las dulces infamias
y los graves diagnósticos
defender la alegría como una bandera
defenderla del rayo y la melancolía
de los ingenuos y de los canallas
de la retórica y los paros cardiacos
de las endemias y las academias
defender la alegría como un destino
defenderla del fuego y de los bomberos
de los suicidas y los homicidas
de las vacaciones y del agobio
de la obligación de estar alegres
defender la alegría como una certeza
defenderla del óxido y la roña
de la famosa pátina del tiempo
del relente y del oportunismo
de los proxenetas de la risa
defender la alegría como un derecho
defenderla de dios y del invierno
de las mayúsculas y de la muerte
de los apellidos y las lástimas
del azar
y también de la alegría