domingo, 12 de junho de 2011

Segredo para o Robledo

Essa mania de transformar em escrita o que nos vai na alma, é coisa muito antiga na minha família.
Quando bate a vontade de escrever, qualquer coisa serve.
Mexendo nas lembranças da minha mãe, encontrei essa cartinha que ela escreveu para meu filho Robledo, lá na nossa Granja, em um dos seus momentos de solidão, no verso e por cima de uma ficha veterinária.
Claro que ela nunca enviou.
Existe ali a marca inexorável da minha mãe, Sempre Presente, mesmo sem que a vejamos.
Dizia sempre que ía ficar prá semente.E fcou... Esse era o seu segredo.
Sinto sua presença em todos os lugares e em tudo que faço.
Deve ser a semente germinando...
Transcrevo o que ela escreveu:


Robledo!
"Agora mesmo, aqui na granja, às 12h38m, do dia 30/03/1981, ouvi uma notícia no Rádio, de que por causa da violência que assombra o mundo de nossos dias, um jovem de 16 anos ou 17 + ou -, foi morto num baile de CTG.

Imagina Robledo o que a Vó Dinda sentiu lembrando-se de tua mocidade, frequentando festas, nesta época tão conturbada pela maldade daqueles que querem vencer, sem nada dar de si, mas sabes o que a Vó Dinda acaba de pensar agora que te escreve estas linhas?

Eu vou te contar, bem em segredo. Pra ti nada vai acontecer de mal. Porque a Vó Dinda não vai para onde todos terão de ir, e vai te acompanhar sempre nas festas que irás frequentar, pois nesta altura já deves ter percebido que a Vó Dinda é louca por uma festa e tu não irás a nada sem me levares."

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Diário de Viagem - De Cartagena a Valência

19 de agosto de 2006- sábado
Saímos do Hotél em Cartagena por volta de meio-dia e seguimos contrariando o GPS.
Na verdade, ora queríamos a rota curta, ora a rápida (???) e acho que ele se cansou um pouco de nós...


Chegamos a La Manga Del Mar Menor, já, claro, no Mar Mediterrâneo, porém, creio eu, uma enseada que leva esse nome de Mar Menor.



Linda praia...porém areia bem mais escura que a nossa e, segundo a mãe, muito mais quente.Ela queimou as solas dos pés...
Almoçamos uma salada e sardinha frita, que de frita não tinha nada e que foi demais prá nós duas.
O garçom ou "camarero", como dizem por aqui, depois que cobrou a sardinha, disse que podíamos ter pedido apenas meia porção. "Boludo"! Vale!?
Fomos ao sol, que segundo a dona Sandra, não queima é nada.
Acho que ela tem razão...
Em compensação, a água clarinha e de ótima temperatura.


Depois de uma "dormidinha no sol" seguimos viagem até
Valência brigando muito com o GPS que num momento chegou a ignorar a nossa existência.
Nossa viagem foi regada a muita Alcione...
Que saudade já estamos das músicas do Brasil.
Nunca pensei que chegaria a quase enjoar de flamenco, como agora...
Apesar de já estarmos com saudades da Andalucia, local com o qual nos identificamos muito.
Povo de muito mistério e com uma história mais misteriosa ainda... mas que nos fez pensar muito sobre as origens de tudo e que tem um preparo turístico de programações que não sabemos se vamos encontrar igual pelo resto do país.
Aliás, muitos espanhois (além de gente de todos os cantos do mundo) fazem turismo por lá.
É turismo cultural mesmo, com livro na mão, estudando.
Creio que é a região da Espanha com maiores informações históricas.
Mas vamos adelante...
Chegamos a Valência por volta das 9 horas da noite.
Achamos o Hotel facilmente - Expo Hotel, quarto 216...


Bem movimentado e ao lado de um Shopping.


Valência é a capital da região do mesmo nome na Espanha.
Aqui, como em Barcelona fala-se outro idioma, o Valenciano, que foi uma língua originada depois da Guerra Espanhola e era a língua falada pelos integrantes do exército.
Temos que estudar mais a respeito.
Quanto a língua da Espanha vale uma explicação nesse diário:
-Estamos ainda pesquisando onde realmente se fala espanhol puro, pois na Andalucia falam meio misturado com árabe, ou sei lá o que... Não pronunciam os "s" e falam muito rápido; em Valência falam Valenciano; em Barcelona, Catalão, em Galícia falam Gallego,que é quase Português.
Nossa esperança é Madrid...
As placas no caminho a Valência bem como explicava nosso Manual de Turista (que aliás tem nos servido um monte!), já trazem os nomes das cidades nos dois idiomas: espanhol e valenciano ( que nos parece mistura com francês e árabe).
Saímos para jantar na Calle ou Carrer (Valenciano).
Ciscar onde concentra-se o movimento e os Restaurantes.


Jantamos "un chuleton". Esse era de respeito : grande, carnudo, na brasa. Servido na mesa, naquelas tábuas de ferro.


Uí, cheguei a sentir o gosto da nossa carne...



Agora entendo aquela foto do Marquinhos na Alemanha, devorando um bifinho!
De ternera, como se chama aqui, a carne de gado.
Mas eles comem mesmo é cerdo ( porco), peixe e jamón.
Se alimentam muito mal, tudo sem sal.
Mas a chuleta estava bem boa. Tomamos cerva, meio gelada e fomos para o hotel.
Ah, a explicação dos táxis cabe aqui, no capítulo de ida para o restaurante.
Segundo os atendentes do hotel, muito difícil chamá-los n'um sábado. Ficamos um tempão para pegar um... Para voltar foi mais tranquilo.
Shana

Esquecemos de dizer que Valência é a terceira maior cidade da Espanha.
Na viagem,pudemos comtemplar uma mudança significativa na paisagem:


ainda os mesmos morros, mas com o verde aparecendo em detrimento das pedras que estavam presentes até então.
Nessa região, segundo nosso Manual e o que vimos no caminho, se plantam muitas árvores cítricas.
Daí, a presença do verde na paisagem.



Sandra