sexta-feira, 22 de abril de 2011

Diário de Viagem - Málaga

18 de agosto de 2006 - sexta feira
(aniversário do Miltinho)
Terminando de relatar dia 17 (ontem) - Málaga:

Fomos a La Feria de Táxi.

É uma exposição enorme mas não expõe nada.
Só bares, restaurantes e danceterias. Jogos muitos. Muitas luzes.
Nada para vender.




Cumpre explicar que durante o dia a Feria é noutro local e ali sim, vendem.
Não sabemos o que, porque não fomos...

Esta última é mais central.


Detalhes interessantes:
Não gostamos da tal de Feria.
As do RS são mais interessantes.
A Shana, que estava louca para comer uma carne, pediu uma chuleta que veio crua. E cara...
O Bar chamava-se Maison Brasil, o que nos levou a pensar que a carne seria boa e do Brasil!...Triste engano!...


Foi o lugar mais caro que comemos.
A cerveja, continua quente e eu ainda não estou gostando. Mas vou tomando...
Pedimos uma jarra de sangria, que é uma bebida que bebem também a qualquer hora do dia. Não conseguimos tomar porque estava muito aguada.
Passamos então para o chopp ou cerveja, ou copa, ou caña, ou tubo... sei lá...
Na verdade, ainda não entendemos a diferença, mas continua "fresquinho"...
Já tomamos sangrias melhores...
O serviço de táxi aqui nas "Europas" também não é 100%.
Depois a Mestrinha explica melhor.
Enfim, olha pra cá, olha prá lá, chegamos de madrugada no Hotel, cansadas como nos outros dias pois nosso preparo físico deixa muito a desejar.
Assim terminamos nossa passagem por Málaga.

Saímos do Hotel antes do meio dia(dia 18) em busca de mar.


Nosso destino era Cartagena, metade do caminho até Valência onde no dia seguinte (dia 19)tínhamos reserva.


Vale ressaltar que uma das partes mais interessantes de nossa viagem continua sendo, contrariar o Pablinho: estabelecer rotas alternativas, que não as auto estradas, para conhecermos "los pueblos" pelo caminho (nosso mapa provará isto posteriormente...)


Temos contemplado paisagens nunca dante vistas, "por mares nunca dante navegados",

constatando que a Espanha, ou pelo menos os caminhos que temos percorrido são nada mais que morros.

As estradas sobem e descem passando por túneis e dentro deles.


Bem,voltando ao nosso trajeto, o caminho a Cartagena, fizemos nossa última parada em Almeria, onde almoçamos a beira da praia.



Seguimos então viagem até Cartagena.
Nos alojamos no Hotel Carlos III, quarto ...
O cansaço era tanto que resolvemos ficar no Hotel, acessar a Internet comendo uma Pitza Hut que encomendamos pelo telefone.
Constatamos em Cartagena que as grandes cidades litorâneas, ou melhor, que as pessoas que aí vivem, refugiam-se em balneários menores nesta época do ano.
Portanto, a cidade estava vazia.
Fizemos nosso roteiro para o dia seguinte, com o intuito de conhecer um desses locais.
Sandra

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Diario de Viagem- Granada a Málaga



17 de agosto de 2006 - quinta feira


Acordamos, fechamos a conta e tomamos café em uma Cafeteria perto do Hotel.
Tinhamos ficado um dia a mais que a nossa reserva em Granada.
Aliás, uma cidade que nos encantou, principalmente por em seu centro histórico misturar modernidade, limpeza.
PS: Na saída a mãe perdeu a bolsa do Gogo, voltou e acreditamos nós, a camareira tinha posto no armário para esquecermos...Achamos que, como no Brasil, ela queria passar a mão...
Imagina! O GPS estava dentro. O que seria de nós sem ele?!
Ah, a Sandrinha continua ( não sei se havia comentado isso) juntando sabonetes, xampoos e afins nos hoteis.
E não é para usar... é para guardar.
Ainda mais depois que descobriu que era de graça...
Não há dúvida que na Espanha as pessoas são muito receptivas e agradáveis.
Tenho exercitado muito meu espanhol, principalmente na interpretação dos cardápios e ao pedir informações.
Do café, voltando então, seguimos viagem sem destino muito certo.


Descemos em direção ao Litoral, que era para onde queríamos ir mas como até nas "orópias"quando sofrenildo brasileiro Müller vai a praia, chove... Pegamos chuva no caminho que fomos, praticamente pelo meio da


Serra Nevada, famosíssima, mas que estava sem neve e por isso não subimos para conhecer.
Dizem que por aqui, geralmente, está calor embaixo e tem neve lá.
Chegamos (através do destino posto no GPSandra) em Motril, o ponto em linha reta para baixo de Granada.
Vimos o Mar! Eba!...
Aí, tinham nos falado e também vimos na TV, a Feira de Málaga e voltamos em direção a essa cidade para ficarmos um dia e depois subirmos em direção a Valência.
Chegamos e ficamos literalmente "horas"procurando hotel.
Achamos e são todos caros por causa da "Feria" como eles chamam por aqui.
Tem uma na cidade durante o dia e uma, creio eu, tipo expointer, a noite.
Vamos ver...
Agora estamos no Hotel Zenit, quarto 108, descansando, escrevendo, para então irmos conhecer o evento.


Vale dizer que o caminho feito hoje, fora os engarrafamentos, foi algo magnífico, pois as praias deles estão sempre no meio dos morros, tipo Santa Catarina, mas diferente.
A areia é preta e o mar, Mediterrâneo, é claro.
Ainda não botamos os pézinhos na areia mas agora estamos "cerquita".
Ah, e para completar, o sol voltou a brilhar!...
Até mais!...


Shana

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Diário de Viagem - Granada

16 de agosto de 2006 - quarta- feira


Fomos ao centro e visitar a Catedral, que é gigantesca

.


Fizemos compras no El Corte Ingles e a noite fomos assistir creio eu, um dos melhores espetáculos da Espanha, "El Romancero Gitano", em um teatro construído dentro da Alhambra Generalife.


Coincidentemente a diretora do elenco e uma das bailarinas era "Cristina Hoyos", a dona daquele maravilhoso Museo do Flamenco que visitamos em Sevilha.
É sem dúvida, uma das principais bailarinas de Flamenco da Espanha.
O espetáculo assim grandão, com luz, som e músicos muito bons, ao vivo e com o "Ballet Flamenco da Andaluzia".
A obra apresentada trazia 10 textos (poemas)da obra "El Romancero Gitano" de Federico Garcia Lorca.


Aliás, entre as nossas descobertas culturais e históricas (que têm sido muitas...)descobrimos que vamos ter que saber um pouco mais sobre ele também (Garcia Lorca).
Esperamos entender um pouco mais do que entendemos até agora sobre a formação do povo andaluz (até compramos dois livros de história para aprender mais...)pois realmente é muito confuso.
O que sabemos de fato é que a Espanha é um pais que congrega em sua formação, diversos povos, o que faz desse país hoje, um dos de maior mescla cultural.
Cada vez mais nos convencemos que a Andaluzia e sua gente estão intima e principalmente no canto e na música, ligadas aos árabes.
A verdade é que o canto flamenco é quase isso, sempre forte e de sofrimento, como o dos árabes.
Saímos de lá e fomos jantar.
Comemos peixe(eu, merluza e a mãe...não lembramos...)e recebemos uma aula sobre vinhos espanhois do garçom.



O restaurante também vendia vinhos e então compramos "una botella" de regalo para o Mestre.
Ótimo vinho, que esperamos chegue ao Brasil!...
Ah não podemos esquecer de registrar a queda brusca de temperatura.
Incrível!
Quando voltamos para casa, estavam 16 graus, ao contrário dos 36 graus no mesmo horário em Sevilha.
Que bom!Podemos saborear um ótimo vinho seco.
Só nos arrependemos um pouco de termos mandado nossas roupas mais quentinhas, com o Zé, para o Brasil. Se bem que como a cada dia a bagagem aumenta, ainda creio ter sido o melhor.


Fomos dormir.
Na verdade eu, pois a Mestra Mor ficou arrumando as "cousas"(virginiana né, sabe como é...).
Ainda bem, pois me acordei e faltavam poucas coisa para guardar.
Shana


Shana

domingo, 3 de abril de 2011

"Veteranos de Guerra"

Hoje, transcrevo um texto da Martha Medeiros publicado na Zero Hora de hoje: "Outro dia li o comentário de alguém que dizia que... o casamento é uma armadilha: fácil de entrar e difícil de sair. Como na guerra. Aí fiquei lembrando dos desfiles de veteranos de guerra que a gente vê em filmes americanos, homens uniformizados em suas cadeiras de roda apresentando suas medalhas e também suas amputações. Se o amor e a guerra se assemelham, poderíamos imaginar também um desfile de mulheres sobreviventes desse embate no qual todo mundo quer entrar e poucos conseguem sair - ilesos. Não se perde uma perna ou braço, mas muitos perdem o juízo e alguns até a fé. Depois de uma certa idade somos todos veteranos de alguma relação amorosa que deixou cicatrizes. Todos. Há inclusive os que trazem marcas imperceptiveis a olho nú, pois não são sobreviventes do que lhes aconteceu, e sim do que não lhes aconteceu: sobreviveram à irrealização de seus sonhos, que é algo que machuca muito mais. São os veteranos da solidão. Há aqueles que viveram um amor de juventude que terminou cedo demais, seja por pressa, inexperiência ou imaturidade. Casam-se depois com outra pessoa constituem família e são felizes, mas dói uma ausencia do passado, aquela pequena batalha perdida. Há os que amaram uma vez em silêncio, sem se declararem e trazem dentro do peito essa granada que não foi detonada. Há os que se declararam e foram rejeitados, e a granada estraçalhou tudo por dentro, mesmo que ninguem tenha notado. E há os que viveram amores ardentes, explosivos, computando vitórias e derrotas diárias: saem com talhos na alma, porém mais fortes do que antes. Há os que preferem não se arriscar: mantém-se na mesma trincheira sem se mover, escondidos da guerra, mas ela os alcança, sorrateira, e lhes apresenta um espelho para que vejam suas rugas e seu olhar opaco, as marcas precoces que surgem nos que, por medo de se ferir, optaram por não viver. Há os que têm a sorte de um amor tranquilo: foram convocados para serem os enfermeiros do acampamento, os motoristas da tropa, estão ali para servir e não para brigar na linha de frente, e sobrevivem sem nem uma unha quebrada, mas desfilam mesmo assim, vitoriosos porque foram imprescindíveis ao limpar o sangue dos outros. Há os que sofrem quando a guerra acaba, pois ao menos tinham um ideal, e agora não sabem o que fazer com um futuro de paz. Há os que se apaixonam por seus inimigos. A esses, o céu e o inferno estão prometidos. E há os que não resistem até o final da história: morrem durante a luta e viram memória. Todos são convocados quando jovens. Mas é no desfile final que se saberá quem conquistou medalhas por bravura e conseguiu, em meio ao caos, às neuras e às mutilações, manter o coração ainda batendo."



E há ainda muitas outras espécies de veteranos nessa Guerra.



Mas o que eu ousaria acrescentar é que muitos desses mutilados, sobrevivem sem perder o juízo nem a fé.

Sem medalhas, mas com o coração ainda batendo...

Sandra

Domingo- 03 de abril de 2011.